Não, eu não estou falando desses romances frívolos e chatos.
Desses amores falsos. Desse “eu te amo” da boca pra fora. Eu estou falando de
algo maior e incalculável. De algo pra vida toda. Amizade. Ah, essa tal de
amizade!
Foram anos de companheirismo – em partes e de ambas as
partes, de risadas, choros e velas. De bons e maus bocados. Do Rivotril ao
Absolut Vodka Peppers. Foi na riqueza e no desemprego. No entusiasmo e na
preguiça.E se tem alguém que pode dizer quem ela
é, na essência, esse alguém é ele.
São histórias, muitas histórias pra contar e confesso que
ele tentou se livrar dela muitas vezes. Não foi um mar de rosas e por coisas especificamente
bobas, eles já brigaram feio. Mas eles sempre voltaram. Ele sempre segurou a
onda e também deixou a onda levar.
Mas amizade não se entende e não se faz, porque amigos se
reconhecem e eu acredito nesse círculo natural das coisas. Mas ele terminou e
deixou pra lá. Climão.
Como é que se termina uma amizade? Amigos não terminam,
oras.
Ele faz muita falta. E agora a vida é um tanto chata.
Ela reclama, esperneia e não se conforma. Mas por quê?
E como amizade não se implora, eu só digo uma coisa:
ex-melhor amigo é amigo morto.
Ficar junto até tudo enrugar, até ser velho e gaga: assim que tinha que ser!
Mas de tudo e do todo, sobrou apenas o sorriso estreito e um imenso, imenso clima chato.
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