sábado, 28 de dezembro de 2013

Ex-melhor amigo é amigo morto




“Ele terminou comigo e eu nem sei por quê!”. Disse a outra.

Não, eu não estou falando desses romances frívolos e chatos. Desses amores falsos. Desse “eu te amo” da boca pra fora. Eu estou falando de algo maior e incalculável. De algo pra vida toda. Amizade. Ah, essa tal de amizade!

Foram anos de companheirismo – em partes e de ambas as partes, de risadas, choros e velas. De bons e maus bocados. Do Rivotril ao Absolut Vodka Peppers. Foi na riqueza e no desemprego. No entusiasmo e na preguiça.E se tem alguém que pode dizer quem ela é, na essência, esse alguém é ele.

São histórias, muitas histórias pra contar e confesso que ele tentou se livrar dela muitas vezes. Não foi um mar de rosas e por coisas especificamente bobas, eles já brigaram feio. Mas eles sempre voltaram. Ele sempre segurou a onda e também deixou a onda levar.

Mas amizade não se entende e não se faz, porque amigos se reconhecem e eu acredito nesse círculo natural das coisas. Mas ele terminou e deixou pra lá. Climão.
Como é que se termina uma amizade? Amigos não terminam, oras.
Ele faz muita falta. E agora a vida é um tanto chata.
Ela reclama, esperneia e não se conforma. Mas por quê?

E como amizade não se implora, eu só digo uma coisa: ex-melhor amigo é amigo morto.

Ficar junto até tudo enrugar, até ser velho e gaga: assim que tinha que ser!


Mas de tudo e do todo, sobrou apenas o sorriso estreito e um imenso, imenso clima chato.




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