domingo, 18 de janeiro de 2015

A consciência da brisa


“Mudar o mundo do sofá da sala, postar no Insta
E se a maconha for da boa que se foda a ideologia.” Criolo

Ei, tem seda?!

As pessoas falam tanto em liberdade, mas me explica como as pessoas podem ser livres de fato se dependem de substâncias para viver um ilusório momento de felicidade? Isso vale para todas as muletas prazerosas que fazem o indivíduo sorrir de orelha a orelha: álcool, cigarro, entorpecentes, remédios, coisa e tal. Por hora, uma observação superficial sobre a mari. 

Parece que todo mundo resolveu fumar maconha. Ah que cool! Acontece que até para usar drogas, você precisa se conhecer (e bem). Se por natureza, faça sol ou chuva, você morre de preguiça de pensar, agir e acertar o ponto do miojo é um ato heroico... hmmmm cuidado!!! Acho que você está usando a droga errada =(

Fuma junto na roda ou cai fora. É meio complexo ficar sóbrio onde todos param no tempo, no qual fica evidente a perda temporária de inteligência e não se sabe se riem pra você ou de você. Já viu brisado fazendo um lanche? Pão, ovo, atum, batata palha, maionese, vagem, mostarda, vina, arroz, feijão, farinha, achocolatado, lasanha, resto da pizza de ontem e o que tiver pela frente. É um gourmet altamente improvisado, experimental e sem fim. Não há dieta que resista.

Nas rodas culturais da cidade, ouço os defensores da legalização apontando os benefícios da erva, só vai, só o bem. Artista defende, faz apologia, tem coragem de solucionar o tabagismo com o THC.
Engraçado que diferente de outras drogas, a maconha te permite assistir de camarote toda a sua alucinação, mas não te deixa voltar. Você sabe que está falando idiotices, comendo demais, parado no tempo, mas não consegue retomar o controle; é a tal da “consciência da brisa”. Então, eu queria saber qual a graça de perder o controle da mente?

Conheci um jovem superviajado, desses que o passaporte é pura ostentação, mas o papo não é reto (confuso, distorcido, nublado). Minha amiga comentou que se nós começarmos a viajar como ele, ficaríamos loucas igualmente. Viajar não enlouquece; o que pira mesmo é fumar maconha e haxixe igual cigarro. Os adeptos perdem o bom senso.

Eu só me irritei com a erva quando percebi que tinha perdido um amigo pra ela. E aceita que dói menos: maconha vicia sim. Quando conheci Zé, ele fumava cigarro pra fazer charme, nem viciado era. Faz um tempo que não consigo conversar com ele direito (tá sempre chapado, com o olhar parado, com fome, falando nada com nada). Saudades Zé! Você era o máximo!

O chato é que não é só o Zé. É o policial, médico, psicólogo, atendente de telemarketing, advogado, mecânico, o adolescente, jovem, o senhor, a Fernanda Montenegro (no filme brasileiro Boa Sorte, Fernanda interpreta uma senhorinha maconheira, hehe), está todo mundo na moda e na brisa, sem distinção de classe, faixa etária, partido político. Não, porque isso deixou de ser sinônimo de rebeldia, de seletos intelectuais e caiu no modismo, no senso comum. Hoje, o que me surpreende mesmo é saber que uma pessoa não fuma, não bebe, nem nada, haha.



E a propósito, não tenho seda ;) Climão!

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