domingo, 2 de fevereiro de 2014

art.157



“Hoje eu sou ladrão, artigo 157
As cachorra me amam
Os playboy se derretem.” Racionais Mc’s

Em São Paulo, o rolê foi assim: da Augusta ao Brás, movimentada 25 de Março ao Bom Retiro e nada aconteceu. Nenhum olhar torto ou vestígio de violência e fui assaltada logo aqui, que clima chato.

Cheguei de viagem e fui direto para o apto do Tiago contar as novidades. Papo vai, papo vem, resolvi ir embora, era tarde. “Poxa Tiago, eu moro ali na outra quadra, me acompanha até lá?”. Nada. Tive que ir sozinha mesmo.

No caminho, rua deserta. De repente, um sujeito cruzou a esquina, pensei: sujou. O rapaz apertou o passo e veio na minha direção, logo, sacou a arma e disse pra passar tudo.

- Bruninho, é você????

Sim, passaria tudo para o assaltante, não fosse ele o Bruninho, meu colega do ensino médio, ali, na marginalidade, CLIMÃO. Mas burrice minha, reconhecer o bandido. Despedi-me da vida naquele momento. Ele ia me apagar, afinal, eu sabia quem ele era. Pedi perdão por todos os pecados, mas tentei ganhar tempo, vai que...

“Bruninho, o que aconteceu com você? Como veio parar aqui? Você precisa ter fé, acreditar em Deus. Você é um cara tão inteligente!” Um pastor baixou em mim naquela hora, então ele contou que estava naquela situação por necessidade, muita droga e confusão. Resolvi entregar a bolsa e falei pra ele pegar o que quisesse. Brunino me deu um abraço, estava feliz em me ver, falou pra eu ir em paz e finalizou: “Não quero nada teu mina, tô ligado que você é correria”.

- É nóis Bruninho, vida loka! Respondi.

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