Em São Paulo, o rolê foi assim: da
Augusta ao Brás, movimentada 25 de Março ao Bom Retiro e nada aconteceu. Nenhum olhar torto ou vestígio de violência e fui assaltada
logo aqui, que clima chato.
Cheguei de viagem e fui direto para o apto do Tiago contar as novidades. Papo vai, papo vem, resolvi ir embora, era
tarde. “Poxa Tiago, eu moro ali na
outra quadra, me acompanha até lá?”. Nada. Tive que ir sozinha mesmo.
No caminho, rua deserta. De repente,
um sujeito cruzou a esquina, pensei: sujou. O rapaz apertou o passo e veio na
minha direção, logo, sacou a arma e disse pra passar tudo.
- Bruninho, é você????
Sim, passaria tudo para o assaltante, não
fosse ele o Bruninho, meu colega do ensino médio, ali, na marginalidade,
CLIMÃO. Mas burrice minha, reconhecer o bandido. Despedi-me da vida naquele
momento. Ele ia me apagar, afinal, eu sabia quem ele era. Pedi perdão por todos
os pecados, mas tentei ganhar tempo, vai que...
“Bruninho, o que aconteceu com
você? Como veio parar aqui? Você precisa ter fé, acreditar em Deus. Você é um
cara tão inteligente!” Um pastor baixou em mim naquela hora, então ele contou que estava
naquela situação por necessidade, muita droga e confusão. Resolvi entregar a bolsa e falei pra ele pegar o que quisesse. Brunino me
deu um abraço, estava feliz em me ver, falou pra eu ir em paz e finalizou: “Não quero nada teu mina, tô
ligado que você é correria”.
- É nóis Bruninho, vida loka!
Respondi.
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